O Produto

O carvão vegetal, principal produto da Florestal Bioflor, é gerado através da pirólise lenta da madeira, também denominado de carbonização. Este processo, quando conduzido com técnicas específicas, evita a combustão completa da biomassa e gera um produto residual com alto teor de carbono.

O carbono concentrado no carvão vegetal gira em torno de 70 a 85%, e a esse percentual dá-se o nome de carbono Fixo (C.F.). Esse combustível gerado possui um poder calorífico superior que varia entre 7.000 a 8.000 kcal/kg.

As aplicações do carvão vegetal são inúmeras, dentre as quais podemos citar:

  • biocombustível e redutor de óxidos minerais na metalurgia e siderurgia;
  • gaseificação para produção de gás combustível renovável;
  • combustão em fornos e caldeiras para gerar energia ou participar em outros processos industriais (cimento, cal, gesso, etc.);
  • como carvão ativo com alta porosidade e superfície específica para despoluição de gases tóxicos e purificação da água por adsorção de toxinas;
  • uso medicinal para tratamento de algumas doenças;
  • para secagem de grãos e de folhas (erva-mate e fumo) na agricultura;
  • uso como auxiliar de compostagem para enriquecer o composto em teor de ácidos húmicos;
  • como substrato agrícola para fixação de umidade e nutrientes.

No entanto, a maior e mais importante finalidade do carvão vegetal no Brasil é a de redução dos óxidos de minérios, especialmente no caso do minério de ferro. Nas ferroligas, o principal redutor é o carbono proveniente do carvão vegetal. É o carbono que tem a função de retirar os átomos de oxigênio que compõe os minérios, tornando assim o processo viável.

No Brasil, diferente de outros parques siderúrgicos e metalúrgicos espalhados pelo mundo, o carvão vegetal é muito utilizado. Isto se dá pelo fato de o carvão mineral, seu grande concorrente, não possuir grande oferta no país, visto que há poucas jazidas e o produto extraído das mesmas ser na maioria de baixo poder calorífico, baixo teor de carbono e alto teor de cinzas, gerando baixo rendimento nos fornos, bem como uma logística onerosa, visto que as maiores jazidas encontram-se nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O grande diferencial competitivo do carvão vegetal é ser um combustível renovável, que gera em seu balanço de Gases de Efeito Estufa (GEE) um saldo sempre positivo, diferente do carvão mineral, que é um combustível fóssil muito poluente, e não renovável. Além disso o carvão vegetal siderúrgico e metalúrgico é produzido através de biomassa de florestas plantadas, o que contribui para a conservação das florestas nativas remanescentes do nosso país.